
Comportamento infanto-juvenil pós pandemia
Você já pensou o quanto esses dois anos de pandemia causou na saúde mental das nossas crianças e adolescentes?
É algo a se preocupar, pois foram dois anos de isolamento, perdas de familiares e amigos, vida social completamente alterada, mudanças de rotinas e o aumento pelo medo e insegurança sobre o futuro. Antigamente quando perguntavamos para uma criança - O que você quer ser? A resposta era de imediato. Hoje em dia a maioria das nossas crianças e adolescentes estão indecisos com o futuro.
Crianças que estão no processo de aprendizagem social e desenvolvimento, estão colhendo os frutos que a pandemia nos trouxe de um modo negativo. Apresentam dificuldade no convívio social, ao depositar confiança em outras pessoas, dentre dividir brinquedos ou alimentos uma com as outras, cumprir ordens e regras e de aprendizagem, atraso na leitura e entre outros ensinos.
Podemos notar que o comportamento das crianças mudou com a volta às aulas, alguns estão agitados e outros retraídos.
Com um fator grave como a Covid 19 na escala global, a pandemia afetou o ciclo do desenvolvimento infantil e da adolescência por questões cerebrais, alterações imunológicas e até hormonais. Crianças e adolescentes vêm sofrendo a cada dia de problemas psicológicos:
• Aumento da ansiedade, apresentando aceleramento dos batimentos cardíacos;
• Depressão;
• Transtornos alimentares (tendo mais apetite ou diminundo a intensidade do apetite);
• Carência;
• Dependências e vícios por eletrônicos (vídeo games, celulares, computadores e televisão)
Os fatores negativos são diversos, mas também não podemos deixar de mencionar o estresse familiar e social que prejudica o desenvolvimento infantil. Com o isolamento social muitas famílias ficaram mais tempo em casa, muitos pais foram demitidos, afetando também problemas psicológicos e financeiros, com isso as crianças absolveram os problemas dos pais, e acabaram tendo os mesmos problemas psicológicos, só que demonstrando de forma diferente do que os adultos demonstram.
Os adolescentes também sofreram nesses dois anos de pandemia, com a ausência das aulas presenciais, e o início de aulas online, muitos deles terão dificuldades de reconhecerem suas emoções no futuro próximo, ou digamos no presente, terão início dos pensamentos negativos com maior frequência, sendo assim uma juventude no estado de sobrevivência e não de vivencia, ou seja, sobrevivendo dia pós dia, e não vivendo com pensamentos diferentes e anseio positivo sobre o futuro. E tudo isso acarreta nos fatores de transtornos comportamentais, transtornos de humor e depressão.
O QUE DEVEMOS FAZER PARA AJUDAR A SAÚDE MENTAL DA NOSSA GERAÇÃO?
Ter primeiramente paciência e empatia pelo o que eles estão passando e/ou passaram. Por segundo, manter mais diálogos e mostrar que o mundo real é melhor do que o virtual, pois o mundo virtual forma crianças mais agressivas, antissociais, ansiosas e competitivas.
Não tenham medo de procurar ajuda, e dizer que não consegue, afinal ninguém consegue ser forte o tempo todo, precisamos uns dos outros pra vencer. Aceitar ajuda quando necessário não é fracasso, faz bem para a nossa saúde mental. Vamos cuidar das emoções das nossas crianças, adolescentes, e até de nós mesmos (pais e responsáveis).

Dra. Jéssica Fernanda Moura De Souza
Psicóloga Clínica - CRP : 18/3949
• Graduada pela Universidade de Cuiabá (UNIC), na cidade de Sinop-MT. 2017/2018
• Pós graduada em Avaliação Psicológica
• Cursando Pós graduação em Terapia Cognitivo Comportamental.
• Lider Sênior do projeto Social One Voice Brasil.